Fico com medo de esquecer algumas lembranças
Tenho medo de esquecer algumas lembranças. Seja por conta de outras questões que dominam meu dia, seja por uma espécie de “autoproteção”, eu acabo evitando certas recordações. De tanto fugir, porém, sinto que as lembranças de alguns momentos ficam distantes, não só no tempo, mas também na memória. Então, eu recorro às fotografias, que servem para resgatar pessoas e momentos. É um bom exercício para lembrar de sensações e momentos bons — qualidade que se adquire com o passar do tempo. As lembranças são o que fazemos delas. Os últimos meses de convivência com meu pai me trouxeram de volta vários outros momentos que vivemos juntos. Não só os bons, vale dizer, mas os ruins também, que fazem parte da vida de qualquer pessoa. Lembro, por exemplo, de quando consegui meu primeiro emprego há exatos dez anos. Na clássica Rua Direita, liguei para o meu pai para avisar da novidade. Poderia ter contado pessoalmente depois, mas queria avisar logo. Eu estava feliz, e ele também. Como quando, anos dep