A um homem maduro
Há um tempo, eu recebi uma crítica bastante sincera que me marcou profundamente. A pessoa que foi a autora desse comentário, provavelmente, não saiba o quanto minhas atitudes mudaram tentando não dar motivos para falarem algo nesse sentido novamente.
Num determinado contexto, me chamaram de imaturo. Como assim? Logo eu, alguém querido por quase todos, elogiado desde cedo por ter uma postura focada e tudo mais…? (Nota: há um exagero meu na escrita dessa última frase). Não aceito! (Isso é muito coisa de ariano, meu)
Vale mais uma nota: desconsidere neste momento, caro leitor e leitora, se a crítica foi ou não justa. Mesmo que seja, vou focar num outro ponto de vista neste texto. Fim da nota.
Desde então, minhas posturas em relação a desafios, demandas e simples coisas do cotidiano estão pautadas em alguns alicerces: estou sendo maduro o suficiente? Responsável? Justo? Honesto com as pessoas ao redor? Como as pessoas se sentirão em relação a isso?
E aí, sigo, com certo orgulho da tal virtude, e faço daquela ação mais um “case” de como um ser imaturo se tornou referência em maturidade, amadurecimento.
Obviamente, amigo e amiga leitora, entendo o que é ter maturidade. Entre as definições disponíveis na internet, há a que “ter maturidade” é a maestria ao lidarmos com algo, estar pronto, evoluído para lidar com isso.
Seja lá o que isso signifique na prática, preciso confessar a você que me lê e até mesmo à pessoa que fez a crítica que abre este texto que não sou uma pessoa genuinamente madura. Não que eu não aja dessa forma, mas eu luto diariamente para, quando estou diante de algum conflito, contratempo ou mesmo desgosto, não sentar num canto do meu quarto e chorar copiosamente. No banho. À noite.
Ou de abandonar algo que me faz mal porque, de fato, ter maturidade é também ter sabedoria ao lidar com situações desconfortáveis.
Nesse ponto, "ser maduro", na verdade, acaba por ser uma máscara para alguém que não amadureceu plenamente. Que a qualquer momento pode explodir e fazer mal a alguém. Que age corretamente, mas guarda para si as dores que, na verdade, são só minhas.
Caso você esteja curioso(a) para saber o contexto da crítica feita há alguns anos, vou deixá-lo e deixá-la com algumas pistas apenas. Não foi relacionado ao trabalho. Nem à família, tampouco aos meus amigos. Foi num pretenso relacionamento, que nem começou, mas terminou mal. Mais por omissão minha do que por qualquer outra coisa.
Aliás, reconhecer isso, depois de tanto tempo, pode ser sinal de maturidade. E eu preciso continuar assim.
Afinal, o mundo precisa de adultos.
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